sábado, 21 de maio de 2016

João Carlos Martins

Um grande pianista brasileiro,cujas mãos, trágicas, foram acometidas por diferentes infortúnios.

Aos oito anos João Carlos venceu um concurso tocando obras de Bach. Aos onze estudou com o melhor professor de piano do país: José Kliass, russo de origem judaica radicado no Brasil desde a Primeira Grande Guerra. Kliass teve como mestre Martin Krause, que por sua vez foi discípulo e secretário particular de Franz Liszt. Uma linhagem musical sólida. Aos vinte anos João Carlos Martins tocou no Carnegie Hall, patrocinado pela primeira-dama dos EUA, Eleanor Roosevelt.

Mas as mãos...

Em 1965, jogando futebol no Central Park, caiu e lesionou o nervo ulnar. Parou de tocar por um ano, com três dedos da mão direita atrofiados em decorrência do acidente.

Sete anos mais tarde, à base de muita fisioterapia, retomou a carreira. Aclamado pela crítica e pelo público, desenvolveu um distúrbio osteomuscular causado pelo piano. Teve que desistir mais uma vez.

Mais tarde, teimosamente, reiniciou a carreira musical. Fez adaptações para continuar tocando e gravou toda a obra de Bach, mesmo com os membros debilitados. O público o recebeu de volta. Porém em 1995, em Sófia, na Bulgária, assaltantes o golpearam com uma barra de ferro na cabeça. Como sequela o braço direito ficou comprometido. Os tratamentos intensos o permitiram seguir tocando, mas além do braço a fala também foi afetada. Grava um último álbum com as duas mãos.

Nosso pianista segue tocando apenas com a mão esquerda até que, em 2003, seu braço esquerdo perde a função e sofre uma cirurgia na tentativa de corrigir o problema. Ele perde os movimentos da mão e é forçado a desistir.

João volta-se para a regência. E desenvolve uma distonia no braço esquerdo.

Alguém lá em cima não quer que ele se dedique à música...



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